| "Nasceu em Montevidéu, Uruguai, então província Cisplatina, em 28 de julho de 1826, e faleceu no Rio de Janeiro, RJ, em 23 de janeiro de 1872. Filho de Caetano Raja e de Carlota Raja.
Militar, matemático e professor de ensino superior, assentou praça de aspirante de Marinha em março de 1839. Guarda-marinha em novembro de 1842 pela Academia de Marinha, segundo-tenente em julho de 1844. Obteve licença da Marinha em junho de 1847 para frequentar a Escola Militar, onde se bacharelou em Matemática (nov. 1853). Em setembro de 1854, antes mesmo de concluir o curso na Escola Militar, foi nomeado lente substituto da Academia de Marinha e em março de 1852 é promovido a primeiro-tenente da Armada. Em 1854 consegue ausentar-se do País para estudar hidráulica na Europa, aí permanecendo por quatro anos. Antes mesmo de voltar ao Brasil, foi nomeado lente catedrático da Academia de Marinha (setembro de 1855) e em maio de 1858, também lente da 1° cadeira do 2° ano da Escola de Marinha, que neste ano passaria por grandes modificações. De volta ao País em 1859 já encontra sua nomeação pronta (marco de 1857) para funcionar como membro da seção astronômica e geográfica da comissão científica encarregada da exploração de algumas províncias do Império. Partiu, portanto, imediatamente para o Ceará, onde já se encontravam seus companheiros de trabalho: Guilherme Schuch de Capanema, da seção de Geologia e Mineralogia; Manuel Ferreira Lagos (zoologia), Antônio Gonçalves Dias (Etnografia e encarregado de redigir a narrativa da viagem), Manuel Ferreira Alemão (Botânica), Silva Coutinho (geologia), J. Pedro Villa Real (zoologia), A. Vítor de Borja Castro (astronomia) e muitos outros, todos sob a direção do botânico e zoólogo Francisco Freire Alemão. A expedição recebeu a alcunha pejorativa de “Expedição das Borboletas”, conferido pela imprensa da época, muito foi muito prejudicada pelas “dissensões entre diversos de seus membros, questões de ordens, competições e outras” que retardaram em muito o andamento dos trabalhos. Sem contar, é claro, a falta de verbas em face do problema paraguaio. Gabaglia participou ainda de numerosas outras comissões: em setembro de 1860 foi nomeado para fiscalizar e observar a construção de diques no Maranhão. Data desta época, a famosa discussão que teve com o matemático Gomes de Souza; em abril de 1862 é nomeado para inspecionar o trabalho de escavação do porto do Rio Grande do Sul e examinar os trabalhos de desobstrução do rio São Gonçalo; em março de 1863 pedem seu parecer sobre as razões do desabamento das obras da Alfândega, ao mesmo tempo que meios para reparar essa construção; em maio desse ano requerem-no para opinar sobre as obras do dique imperial; em junho é feito engenheiro das construções hidráulicas do Arsenal da Marinha; em junho de 1864 o governo envia Gabaglia a Pernambuco, a fim de estudar os efeitos do rompimento do istmo de Olinda; em 1866 é nomeado membro de uma das comissões encarregadas de estudar a exposição nacional realizada naquele ano na Corte; em março de 1867 é contratado para ir estudar e propor os meios de impedir a falta d’água que costumava ocorrer – em determinadas épocas do ano – na fábrica de pólvora Estrela; em maio desse ano, organizado o projeto de regulamento que tinha como objetivo servir de base à introdução do sistema métrico no País. Casado com Maria da Natividade Albuquerque Barros, com quem teve cinco filhos." |