| O Pasquim foi um semanário alternativo brasileiro, de característica paradoxal, editado entre 26 de junho de 1969 e 11 de novembro de 1991, reconhecido pelo diálogo entre o cenário da contracultura da década de 1960 e por seu papel de oposição ao regime militar. Fundadores: Jaguar, Tarso de Castro, Sérgio Cabral, Ziraldo, Paulo Francis
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Ler o Pasquim semanalmente podia trazer algum alívio — nos sentíamos vingados —, muitas vezes, porém, ele provocava mesmo era irritação por mostrar-se tão à vontade em seu machismo, preconceituosíssimo com as mulheres e os homossexuais. E, sobretudo, o nanico de maus modos era totalmente fechado na patota de Ipanema, o que soava extremamente provinciano a quem não fosse da turma.
Lançado em 1969, na sombra do AI-5, "O Pasquim" ateava fogo ao circo, rompendo com a caretice da imprensa, funcionando como válvula de escape para a profunda passividade e aflição em que nos encontrávamos.
Para Paulo Francis, um dos fundadores do Pasquim, o jornal promoveu, mesmo sob censura, uma revolução cultural. “Ignorávamos a ditadura. Mas o público percebeu que só falávamos (mal) dela. Nossa anarquia, nosso humor, nosso amor pelas coisas que não cabiam no moralismo rastaquera da ditadura, eram um antídoto à Moral e Cívica da botinada. Eles ficaram doidos e acabaram nos prendendo em 1970. Mas a nossa Revolução Cultural já estava feita. Nunca mais o jornalismo brasileiro seria tão sabujo e careta como antes do Pasquim".
FONTE: "Enquanto corria a barca" de Lucy Dias Pesquisa: Luiza Voigt
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