| "Na manhã histórica de 28 de abril de 1927, às quatro hora da madrugada, mil cavalos de força rompem o silêncio da noite, clareando tragicamente os arredores. Fazendo meia volta, rumo para Oeste, com o comandante atacando os motores vigorosamente, o JAHÚ parte em fragorosa arrancada, espanando as vagas, para não mais volver a roçá-las. Vai o JAHÚ rumo ao Cruzeiro do Sul...
Na Pátria distante, convulsionada de espírito cívico, a vida nos escritórios e nas fábricas, nas casas e nas igrejas, marca em silêncio e enorme expectativa, aquele instante que passaria à história do século.
Voando impoluto, à velocidade de 190 KM/h (recorde absoluto durante os dez anos seguintes), enfrentando tempestades e fortes ventos oceânicos, o JAHÚ prossegue durante doze horas consecutivas a devorar o espaço que o separa da Pátria. Ao aproximar-se da enseada Norte de Fernando de Noronha, parte-se uma hélice e, mesmo danificado, o 'pássaro vermelho' tendo ao comando a coragem hereditária de um brasileiro de São Paulo, faz o pouso triunfal em águas brasileiras.
A recepção aos destemidos aviadores foi simplesmente apoteótica. O povo brasileiro soube premiar seu herói, oferecendo-lhe mais de cem medalhas de ouro e platina, adornadas de pedras preciosas, dezenas de cartões de ouro e troféus, tudo em comemoração ao patriótico empreendimento que se tornou um justo motivo de expansão do orgulho nacional."
Texto: Profº José Raphael Toscano
Fonte: Câmara municipal de Jaú |