001
| Saber morrer é a maior façanha.
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002
| Somos o que fazemos. Nos dias em que fazemos, realmente existimos: nos outros apenas duramos.
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003
| Para um homem se ver a si mesmo são necessárias três coisas: olhos, espelho e a luz. Se tem espelho e é cego, não pode ver por falta de olhos; se tem espelho e olhos, e é de noite, não pode ver por falta de luz. Logo há mister de luz, há mister de espelho e há mister de olhos. Que coisa é a conversão de uma alma senão entrar um homem dentro de si, e ver-se a si mesmo ? Para esta vista são necessários olhos, é necessário luz, e é necessário espelho. O pregador concorre com o espelho, que é a doutrina, Deus concorre com a luz que é a graça; o homem concorre com os olhos que é o conhecimento. Ora suposto que a conversão das almas por meio da pregação depende destes três concursos: de Deus, do pregador e do ouvinte; por qual deles havemos de entender que falta? Por parte do ouvinte, ou por parte do pregador, ou por parte de Deus?
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004
| Livro é um mudo que fala, um surdo que responde, um cego que guia, um morto que vive.
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005
| A verdadeira fidalguia é a ação. O que fazeis, isso sois, nada mais.
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006
| Admirável coisa é ver muitos pecados como se fazem e ouvir como se confessam. Vistos fora da confissão são pecados e graves pecados; ouvidos na confissão, e com as cores de que ali se revestem, ou não parecem pecados, ou parecem virtudes.
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007
| Pior é uma verdade diminuída do que uma mentira mui declarada; porque a verdade diminuída na essência é mentira e tem aparências de verdade; e mentiras que parecem verdades são as piores mentiras de todas.
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