001
| Quem nesta vida quer tudo ao seu gosto, acaba por ter nesta vida muitos desgostos.
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002
| O sol, para que lhe déssemos o valor que tem, não devia nascer todos os dias.
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003
| A coroa do rei parece de ouro, mas é de espinhos.
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004
| O avarento gostaria que o sol fosse de ouro para poder amoedá-lo.
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005
| Ninguém possui mais domínio da vida alheia que quem menospreza a própria.
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006
| É muito difícil conhecer o coração dos homens pelas suas palavras.
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007
| O cruel nunca se comove com súplicas, pelo contrário, exasperam-no os gemidos.
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008
| Os médicos matam e vivem de matar, e as queixas caem sobre a doença.
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009
| Pior que estar doente é ter mau médico.
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010
| O invejoso chora mais o bem alheio que o próprio dano.
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011
| O espírito que pensa no que pode temer, começa a temer o que começa a pensar.
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012
| Muito perigo corre quem não tem esperança.
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013
| É perigoso viver bem no meio de gente que vive mal.
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014
| Poucos há que, de medo ao castigo, fujam dos favores da fortuna.
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015
| Mui raramente dura a fortuna uma vida inteira.
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016
| Quando afirmamos que o passado foi melhor, condenamos o futuro, sem conhecê-lo.
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017
| As liberalidades não vencem a inveja; pelo contrário, a inflamam.
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018
| É preferível matar o inimigo honrado a injuriá-lo.
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019
| Como é insolente a felicidade, e como a segue e persegue a desdita!
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020
| Para ver a pouca importância que os deuses dão às monarquias da terra, basta ver a quem as dão.
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021
| Achei graça de ver uns taverneiros que andavam soltos por todo o inferno, penando sob sua palavra, sem nenhuma prisão, tendo-a os que estavam com eles. Perguntando por que só eles andavam soltos, disse um diabo: Nós lhe abrimos as portas, porque não se deve temer que irão embora do inferno os que no mundo fazem tanto para vir aqui.
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