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| Príncipe! Rasguemos o véu dos mistérios; rompa-se a nuvem que encobre o sol, que deve raiar na esfera brasileira; forme-se o livro que nos deve reger, e, sobre as bases já por nós juradas, em grande pompa seja conduzido e depositado sobre as asas do Deus de nossos pais. Aí diante do Altíssimo, que te há de ouvir e punir, se fores traidor, jura defendê-la e guardá-la à custa de teu próprio sangue; jura identificar-te com ela; o Deus dos cristãos, a Constituição brasílica e Pedra, eis os nossos votos, eis os votos de todos os Brasileiros. Oh dia da glória! quanto és belo, até mesmo lobrigado porém as névoas do futuro!... Príncipe, só assim baquearão de uma vez os cem dragões que rugem e procuram devorar-nos. Não desprezes a glória de ser o fundador do novo Império. O Brasil de joelhos te mostra o peito, e nele, gravado em letras de diamante, o teu nome. Não te assustem com os pequenos princípios... Ah! se visses como é pobre a nascente dos dois gigantes da América, e como depois levam aos mares mais guerra do que tributos!... Príncipe, as nações todas têm um momento único que não torna quando escapa, para estabelecerem os seus governos. O Rubicon passou-se; atrás fica o inferno; adiante está o templo da imortalidade. Redire sit nefas.
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